Pensei que você, mamãe, fosse dar-me uma festinha, como todas as mães fazem quando descobrem que estão grávidas.
Porém a festinha não foi tão alegre como eu esperava.
E você... não chorou nem um pouquinho...
Por que mamãe?
Por que logo no meu aniversário?
Eu sabia que por alguns mesês eu iria estragar a sua elegância, porém eu havia prometido a mim mesmo que ficaria apertadinho para não lhe prejudicar.
Eu deixaria para crescer depois que nascesse para o mundo.
Eu sabia que em seu ventre a escuridão seria grande, entretanto, mais tarde, eu iria lhe contar a minha felicidade em tê-la como minha mamãe.
Olha, eu iria conversar com você quando estivesse triste, fazendo tudo para ver a alegria brotar novamente em seus lábios, com aquele sorriso que as vezes, só você sabe dar.
Eu faria tudo para que essa alegria durasse.
Queria crescer bastante e depois de jovem lutaria com todas as forças para que a guerra acabasse e renascer a paz no mundo.
Sim, eu queria muita coisa...
E você não sentiu, você me assassinou.
Engraçado... pensei que os pais amassem seus filhos, a ponto de dar a própria vida por eles, contudo, você não me deixou viver a vida que eu mal começava.
Olha... este era meu plano, quando estava em seu ventre, hoje não posso planejar nada, pois faço parte dos muitos que nunca cheiraram o perfume das rosas e nem sentiram o sabor da vida.
Espero que você, mamãe, tenha se arrependido, para que isso não aconteça com meus irmãozinhos que estão para vir ao mundo.
Eu lhe perdoo apesar de tudo.
E se de tudo fica um pouco, espero que tenha ficado um pouco de mim em
Você...
"Diga não ao aborto"
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